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Indiscutível razão para um estudo da vida do indígena

Na década de 1960, existia uma publicação voltada aos professores chamada Revista do Ensino. Fundada na década de 1950 pela professora Maria de Lourdes Gastal, tinha supervisão técnica pelo Centro de Pesquisas e Orientação Educacionais da Secretaria de Educação Cultura de São Paulo. Era distribuída para todo o Brasil e servia de roteiro para o processo de ensino-aprendizagem nas escolas. Muitos professores eram assinantes da revista e se serviam dela para o seu trabalho no magistério. Uma coleção incompleta da revista foi doada ao Arquivo Histórico por Maria de Jesus Uebel, de Agudo - RS, e consta como Arquivo Particular n.º 85. Pois uma destas revistas, a de número 105, do ano de 1965, traz uma matéria especial sobre o indígena brasileiro, " apresentando em seu conteúdo, numa seqüência de artigos, um documentário mais ou menos completo dos traços de sua cultura, ressaltando o que há de belo, curioso e sobretudo històricamente significativo, no campo do estudo da organização da vi
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Série Documentos da imigração alemã em Cachoeira: um requerimento sobre casamento acatólico

No dia 25 de julho de 2024 serão completados 200 anos da imigração alemã para o Brasil, data que marca a chegada dos primeiros imigrantes ao atual município de São Leopoldo - RS. Em Cachoeira, o primeiro grupo de imigrantes alemães chegou em novembro de 1857, para se estabelecer na Colônia Santo Ângelo. As tratativas para instalação da colônia de imigrantes foram conduzidas pelo governo provincial em conjunto com a Câmara Municipal da Vila da Cachoeira, o que gerou farta documentação hoje preservada no acervo do Arquivo Histórico. IM/S/SE/Requerimentos - Caixa 10 Ill.mo Snr Coronel Intendente do Municipio Cachoeira Diz   Wilhelm Naumann, Pastor da Communidade Evangelica do Agudo, ex-colonia Santo Angelo, que, sendo lhe pedido pelo Consulado do Imperio da Allemanha, a certidão de casamento do finado subdito allemão Max Skerlo e de sua mulher Luisa Schlay , o qual celebrou-se, em conformidade com o rito da Igreja Evangelica, no anno de 1885 n'esta freguezia, sendo porem, em vista da

A origem da Paróquia São José

Em 2002, o Arquivo Histórico realizou um trabalho de pesquisa sobre a Capela de São José, embrião da atual Paróquia São José. O trabalho resultou num importante levantamento da iniciativa que moradores do Alto dos Loretos empreenderam para dispor de um local mais próximo para realização dos ofícios religiosos. E interessante é que três mulheres protagonizaram os primeiros movimentos, todas de nome Hermínia. Não foram as únicas, mas chama atenção a coincidência do nome.  Informativo n.º 10 do Arquivo Histórico - jan./dez. 2002 A primeira delas, Hermínia Porto da Fontoura, foi nomeada em 1913 a presidente da comissão de construção da Capela de São José, que seria erguida no terreno doado por Carlos Schmidt.  A segunda, de nome Hermínia Godoy Ilha, era catequista e sob sua orientação preparou a primeira turma de crianças para receber a comunhão em 1916. Mas Hermínia Ilha não era apenas a catequista. Tomou sob seus cuidados a manutenção das alfaias da capela, bem como a sua decoração. A te

Cachoeira - centro de operações dos mosquitos

Interessante como a história se repete e como falta ao indivíduo a capacidade de, espelhando-se nela, mudar o curso das coisas. Prova inconteste disso, é uma excelente crônica publicada no jornal  O Commercio,  em 15 de março de 1924, sem indicação do autor, em que o mosquito e as condições que favoreciam o seu habitat não diferem muito do que se vê hoje. E olha que 100 anos faz grande diferença! https://eu.biogents.com/aedes-aegypti-o-mosquito-da-dengue Diz o cronista do passado: Coisas e factos Quem acompanhar o desenvolvimento da cidade da Cachoeira, não pode deixar de notar que o mosquito vem, pouco a pouco e de par com o progresso, estabelecendo, aqui, seu centro de operações. Dir-se-ia que essa raça de zumbidores e sugadores nocturnos é um apanagio do progresso si, com antecedencia, não se soubesse que o seu desenvolvimento vem de uma fonte menos nobre. Porque veiu esse intermino enxame de mosquitos para a cidade? Attrahido pelas arvores e pelas flores das praças? Convidado pela

Recusa de nomeação

O coronel Isidoro Neves da Fontoura desde 1912, quando a contragosto assumiu o cargo de intendente municipal, já havia noticiado que abandonaria os cargos públicos. Seguiria como chefe do Partido Republicano em Cachoeira, cuja liderança era incontestável.  Coronel Isidoro Neves da Fontoura - Fototeca Museu Municipal Eleito intendente municipal, o Dr. Balthazar de Bem escolheu para seu vice o coronel Isidoro Neves da Fontoura, que declinou da indicação, recusando a nomeação. Não havendo exemplares de nenhum jornal da imprensa cachoeirense no ano de 1914, restam como comprovantes desta história os registros existentes no acervo documental do Arquivo. Como o que consta no "Relatório apresentado ao Dr. Balthazar Patricio de Bem, Intendente do Município de Cachoeira, pelo encarregado da Estatística e Arquivo, Mario Godoy Ilha, em 17 de setembro de 1914", em cuja página 24, que trata da Administração, consta o que segue: Não aceitando o coronel Isidoro Neves a sua nomeação para o c

Mulheres cachoeirenses em documentos do século XIX

Em março de 2004, o Arquivo Histórico realizou um levantamento em seu acervo de registros documentais feitos para mulheres. Importante lembrar que os primeiros documentos resguardados no acervo remontam ao tempo da instalação do município, fato ocorrido em 5 de agosto de 1820. Aqueles primeiros anos do século XIX eram ainda de absoluto protagonismo dos homens. Às mulheres era facultado o registro documental quando ficavam órfãs ou viúvas e, portanto, quando necessitavam do amparo do estado, aqui entendido como poder constituído, ou ganhavam materialidade pela posse dos bens de que ficaram herdeiras. Do contrário, eram representadas pelo pai, tutor ou marido. Uma das primeiras referências a uma mulher na documentação é justamente ligada a uma função que então lhe era precípua, que é a da maternidade ou amparo a crianças. Assim, aparece no Livro de Registro e Matrícula de Expostos número 01 do acervo (CM/S/SE/ME-001), na primeira folha, o nome da viúva  Ignes Gomes dos Santos  que acolhe

Hospital da Liga - uma obra para todos

Interessante recobrar a história de construção do Hospital da Liga Operária, o gigante do Bairro Barcelos, que se ergueu sob a batuta do maestro do operariado cachoeirense: o vereador José Nicolau Barbosa. E justamente agora que o município planeja desapropriá-lo para nele instalar o sonhado curso de medicina. José Nicolau Barbosa apresentando a obra do Hospital da Liga Operária - Acervo familiar O sonho do Nicolau, como ficou conhecido o empenho que aplicou sobre a obra, nunca chegou a se realizar, uma vez que a edificação não pôde ser usada como hospital. Ainda assim, sem as condições necessárias para atendimento das exigências médico-sanitárias, o prédio de três andares vem abrigando a Secretaria Municipal de Saúde. Mesmo desvirtuado de seu projetado uso original, mantém o vínculo com o almejado e necessário atendimento da saúde do trabalhador cachoeirense. O Jornal do Povo , edição de 1.º de março de 1964, traz uma entrevista com José Nicolau Barbosa, ocasião em que a reportagem do